A FALSA CONFIABILIDADE DO TEXTO DO NOVO TESTAMENTO

 

                                         A FALSA CONFIABILIDADE DO TEXTO                                                  DO NOVO TESTAMENTO


O objetivo desse estudo é mostrar que as alegações apologéticas sobre “99% de confiabilidade do texto do NT” são enganosas e que temos razões substanciais para duvidar da integridade do texto do Novo Testamento. 

A supremacia numérica dos manuscritos do Novo Testamento e sua inutilidade prática

Atualmente, possuímos cerca de 5745 manuscritos do Novo Testamento. Esses manuscritos são classificados em quatro grupos: 1) Alexandrino (“Neutro” ou “Egípcio”); 2) Ocidental; 3) Cesariano e; 5) Bizantino (“Maior” ou “sírio”), de acordo com sua forma de texto. 

Desses quatro grupos, o texto denominado “Bizantino” é o mais abrangente: Cerca de 80% para 90% de todos os manuscritos do Novo Testamento grego disponíveis representam o texto bizantino, que constitui o texto “majoritário” (HOLMES, 1983, p. 15).

No entanto, o texto do tipo Bizantino, quase unanimemente é considerado como o pior texto-tipo em relação aos demais textos do Novo Testamento. Somado a isso, o texto do tipo bizantino corresponde aos manuscritos mais tardios que conhecidos, datando de meados da Idade Medieval, a partir do século 9 d.C. 
(Cf: M. W. Holmes, "The 'Majority Text Debate': New Form Of An Old Issue", Themelios, 1983, Volume 8, No. 2, p. 15.; A good critique of "Majority" text theory was made by D. B. Wallace, "The Majority Text Theory: History, Methods, And Critique", in B. D. Ehrman and M. W. Holmes, The Text Of The New Testament In Contemporary Research: Essays On The Status Quaestionis (A Volume In The Honor Of Bruce M. Metzger), 1995). 

Os manuscritos que realmente possuem qualidade correspondem a não mais que 10% de todos os manuscritos existentes. Portanto, os críticos textuais preparam suas edições críticas do Novo Testamento grego com base em manuscritos selecionados, não menos que 5% e não mais que 11%.

A Nestlé-Aland Novum's Testamentum Graece (26a Edição), por exemplo, utiliza 522 manuscritos no total, totalizando apenas 10% de todos os textos; a edição Metzger's é a menor, usa apenas 266 manuscritos, 5% do total, e assim por diante. 

Desse modo, se para que se possa estabelecer uma análise acerca da corruptibilidade e restauração do Novo Testamento, deve-se levar em conta apenas um pouco mais de 10% de todos os manuscritos existentes, segue-se que os demais 90% dos manuscritos existentes não possuem relevante importância para a reconstrução do texto do Novo Testamento, sendo que em sua maioria trazem os mesmos erros e variações dos textos mais antigos, e são tardios demais para que possam corresponder ao texto primitivo

Por isso, Ehrman afirma: 

"Em um momento ou outro, você pode ter ouvido alguém alegando que se pode confiar no Novo Testamento, porque é o mais bem atestado livro do Mundo Antigo, pois se há mais manuscritos do Novo Testamento do que de qualquer outro livro, não devemos ter qualquer dúvida a respeito da veracidade da sua mensagem. Dado o que vimos [...], deve ficar claro o porquê dessa linha de raciocínio ser defeituoso. É verdade, naturalmente, que o Novo Testamento é sobejamente comprovado nos manuscritos produzidos através dos séculos, mas a maioria desses manuscritos foram escritos muitos séculos depois dos originais, e nenhuma deles é perfeitamente precisos. Todos contêm erros - completamente muitos milhares de erros. Não é uma tarefa fácil reconstruir a qualquer palavra original do Novo Testamento". (EHRMAN, Bart D., The New Testament: An Historical Introduction To The Early Christian Writings, 2000, p. 449). 

Portanto, sendo que a maior parte dos 5.745 manuscritos do Novo Testamento são manuscritos ruins e provenientes do 9° século, ficamos com um número bastante reduzido de manuscritos que podem (ou não) trazer luz sobre como era o texto mais primitivo do Novo Testamento.

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