Dia 19 de Março

 

Dia 19 de Março

Carta 03

v101. Sentiam que um tremendo vazio se abria diante de suas vidas, uma enorme cratera na Terra onde pisavam e uma vasta extensão de instabilidade e de falta de propósito dentro deles mesmos. Não se atreviam a contemplar a minha futura crucificação da qual eu falava. Tal acontecimento destruiria tudo aquilo em que tinham acreditado com todo o seu coração.

v102. Desta maneira, meus discípulos resistiam muito fortemente ao que eu tentava dizer e afirmavam repetidamente que tal coisa nunca poderia ocorrer. Agi com firmeza contra suas teimosas negativas e finalmente sentiram-se obrigados a silenciar seus argumentos e a aparentemente aceitar que tal coisa poderia ser possível. Disse a eles que depois de minha morte me veriam de novo e que esperava que continuassem o trabalho que eu tinha começado.

v103. A dor e as discussões que eu tinha provocado entre meus discípulos também me afetaram profundamente. Não era tarefa fácil ir a Jerusalém, onde o meu destino me esperava. Acima de tudo, perguntava-me se estaria à altura daquele grande desafio para a resistência. Seria capaz de transcender a condição física e entrar no Pai Consciência Universal e ali ficar até morrer? Às vezes eu me sentia profundamente assustado diante do calvário, mas não me atrevia a revelar esse temor a meus discípulos.

v104. Assim, comecei minha última viagem em direção a Jerusalém com grande confusão de sentimentos. Por um lado, estava cansado de curar, falar e ensinar às pessoas que me escutavam boquiabertas e não tinham nenhuma real compreensão do que eu tentava dizer. Tinha pensado que meu conhecimento tornaria as pessoas capazes de sair de sua miséria e, pelo menos, estabelecer contato com o “Pai” e obter um vislumbre do “Reino dos Céus”.

v105. Não havia nenhuma evidência de tal despertar espiritual nem mesmo entre meus discípulos. Meu desapontamento e sentido de fracasso trouxeram-me contentamento ao pensar em abandonar a vida terrena rumo à gloriosa existência que sabia que me esperava depois da morte.

v106. Ao mesmo tempo, perguntava-me como poderia suportar a dor da crucificação. Ao longo de minha missão, meu estado mental era mais ou menos pacífico e consistente – frequentemente em júbilo, com os pensamentos focados no “Pai Consciência Amorosa,” autor de todo ser, sabendo que bastava pedir e o que pedisse rapidamente seria manifestado. Eu seria capaz de manter minha serenidade, quando fosse apresentado diante do Conselho, levado para a crucificação, pregado na cruz com meu peso pendurado pelas minhas mãos?

v107. Como estava dando lugar a dúvidas e temores, o nível normal das frequências de minha consciência estava baixando. Eu estava descendo novamente às frequências da consciência do plano terreno. Voltei a ser vítima de minha antiga agressividade que me incitava a atos irracionais, que eu não teria sequer considerado quando estava em meu estado anterior de total harmonia com o “Pai Consciência Amorosa”.

v108. Minhas dúvidas e conflitos se exteriorizavam em minha vida como emoções e impulsos humanos que eram opostos à Lei Cósmica do Amor. Primeiro aconteceu o episódio da figueira. Tinha fome e fui em direção à árvore, não esperando verdadeiramente encontrar frutas porque não era a estação de figos. Ao ver que a busca era “infrutífera”, amaldiçoei a figueira. Vinte e quatro horas depois, ela havia murchado até as raízes.

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