Dia 21 de Fevereiro
Carta 02
v158. Nasci para ter um bom físico quando amadurecesse, fortes traços aquilinos, uma inteligência notável e uma facilidade para a mímica e o riso. Mas como muitos de vocês hoje, não cuidei dos meus talentos terrenos. Na hora de ir para o deserto, meu rosto e minhas maneiras eram o que se poderia descrever como “abaixo” do que deveriam ser. Embora eu tivesse começado a examinar-me e a rebelar-me contra o que havia me tornado, meu intelecto tinha sofrido pelo mau uso que eu fizera dele, constantemente me envolvendo em discussões e discordâncias sobre religião e cedendo a discursos irreverentes. Eu fazia as pessoas rir. Eu era amado pelos homens e mulheres com quem me misturava, mas eles certamente não me respeitavam. Por isso o espanto daqueles que me conheciam quando falei na sinagoga em Nazaré.
v159. Enquanto minha mãe cuidou de minha saúde, eu fiz poderoso uso do conhecimento e da iluminação que me foram dados no deserto. Isso me fez voltar a ser o homem que estava destinado a ser.
v160. Quando comecei minha missão, estava inteiramente consciente de que eu era o único com o supremo conhecimento dos segredos da criação e da existência em si. Portanto, podia dizer com perfeita confiança: Ninguém além de mim “viu” o “Pai”. Eu sabia que tudo em que os homens sinceramente acreditavam era falso – irreal. Sabia que eu havia sido especialmente moldado e projetado pelo “Pai” para esta missão. Eu havia sido abençoado abundantemente com a energia física, a vitalidade para falar e a capacidade de conceber parábolas significativas para transmitir a mensagem com sucesso e de uma forma que nunca seria esquecida.
v161. Além disso, eu compreendia os meus companheiros muito bem, devido à longa associação que tinha com eles. Conhecia suas esperanças mais profundas, seus medos mais desesperados, sabia o que os fazia rir e o que os induzia a zombar e a escarnecer dos ricos e pretensiosos.
v162. Sabia também a que ponto os velhos e jovens sofriam silenciosa e corajosamente. Experimentava profunda compaixão pela população que vivia com medo, suportando o chicote verbal dos Fariseus e se inclinando diante das leis fiscais dos Romanos.
v163. Sabia como seu orgulhoso espírito Judeu havia sido ferido pelos gentios conquistadores, a quem foram obrigados a honrar com cumprimentos verbais, de mão e de joelho, mas a quem desprezavam por trás das portas fechadas.
v164. Conhecia e compreendia completamente a vida e o pensamento do povo. Eu já havia pensado seus pensamentos, sentido seus ressentimentos, sofrido suas ansiedades em tempos de privações e me sentido impotente nas garras do governo Romano.
v165. E agora sabia que nada desse sofrimento era realmente necessário. Conhecendo, como eu conhecia, a Realidade da existência, a Realidade do “Deus” Universal, eu podia claramente perceber a insensatez das autoridades Judias, que impunham sobre a população uma penosa forma de vida que era completamente errônea e em total contradição com a Verdade do Ser. Esta situação me causava profunda irritação.
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