Dia 4 de Março

 

Dia 4 de Março

Carta 02

 v246. Um homem gritou para mim:

a- — Diga-nos, Mestre, como podemos permanecer em paz com nossos vizinhos quando eles mesmos não vivem em paz conosco?

Sorri para ele e disse:

b- — Quando seu vizinho chega até você e diz que ele tem que viajar a alguma distância e não quer ir sozinho e pede para você ir com ele – o que você faz?

O homem riu:

c- — Se meu vizinho quisesse me levar para longe do que eu estivesse fazendo eu não ficaria satisfeito. Eu diria a ele para encontrar outra pessoa para ir com ele porque eu estava ocupado.

d- — E como se sentiria o seu vizinho? – perguntei.

O homem encolheu os ombros:

e- — Eu não sei.

f- — E na próxima vez que precisasse dele para fazer um favor a você, como ele responderia ao seu pedido?

O homem já não ria mais. Ele não respondeu.

g- Outro homem disse: — Ele irá xingar e dirá para você ir a outro lugar pedir ajuda.

Eu disse às pessoas:

h- — Ele respondeu acertadamente. E como ele se sentirá? E apontei para o homem que primeiro havia falado, sorrindo para ele.

Uma mulher gritou acima dos risos:

a- — Ele dirá, a todos aqueles que encontrar, como é miserável e egoísta o vizinho que ele tem. Talvez ele vá querer machucá-lo de alguma forma.

b- Houve gritos de concordância e eu assenti: — Sim, ele vai ter esquecido que uma vez foi pedir ao seu vizinho para caminhar com ele por uma ou duas milhas e este se recusou.

c- Não verá a LEI da SEMEADURA e da COLHEITA trabalhar em sua vida. Ele a pôs em movimento quando se recusou a acompanhar seu vizinho e agora ele está colhendo o resultado de suas atitudes e ações. De que adianta ficar com raiva quando foi ele mesmo quem criou esta situação?

 v247. As pessoas riam e assentiam com a cabeça e falavam uns com os outros. Nunca antes eles haviam escutado tal conhecimento do comportamento humano. Havia aqui um ensinamento completamente novo.

 Disse a eles:

a- — Aconselho que quando seu vizinho vier pedir a vocês para caminhar um pedaço de caminho com ele ou qualquer outra coisa que o deixe mais à vontade e feliz, que primeiro pensem sobre o que gostariam que ele fizesse por vocês se também tivessem uma necessidade. Como gostariam que ele respondesse ao seu pedido?

Um murmúrio varreu a multidão e pude ver que eles entenderam o que eu estava dizendo.

c- — De fato, se seu vizinho pedir para que o acompanhe por uma milha, façam isto com agrado e estejam dispostos a caminhar por duas milhas, se necessário. Quando recusam algo às pessoas, não percebem, mas enrijecem sua mente e corpo, para se protegerem da obrigação de fazerem qualquer coisa que não querem fazer.

d- Colocam em tensão sua mente e corpo e o “Pai” também é tensionado e não pode fazer Seu TRABALHO AMOROSO dentro de vocês e é deste enrijecimento que surge a doença. Pode ser que encontrem alguém em extrema necessidade, que tenha frio ou esteja infeliz e que peça a vocês o manto. Não passem por ele olhando de longe. Algumas pessoas riram. Sabiam que era isto o que fariam.

e- — Não. Entreguem a ele o seu manto e se ele realmente estiver com frio, também a sua túnica. E sigam o seu caminho e se alegrem.

f- — Alegrarmo-nos? – perguntou uma voz descrente.

Eu ri e disse:

g- — Sim, meu amigo – alegre-se! Primeiramente porque possuía uma túnica e um manto para dar e, logo, alegre-se por perceber que agora tem falta de uma túnica e manto, e o “Pai” dentro de vocês fará retornar em breve suas roupas de alguma forma surpreendente.

h- No entanto, se entregar a túnica e o manto e continuar a caminhar, resmungando para si mesmo: “E agora, por que fiz isso? Fui um tolo. Agora, sentirei frio no lugar dele e as pessoas rirão de mim porque dei a ele minha túnica e manto e fiquei eu mesmo sem nada – e o que dirá a minha mulher quando eu chegar em casa”?

i- As pessoas concordavam e riam, apreciando a imagem do homem que dá a sua túnica e manto e em seguida lembra que coisa insensata fez a si próprio. Eu sabia que, muitas vezes, se privavam para ajudar os outros – e lamentavam sua generosidade logo depois.

 v249. Esperei por um momento e então falei em voz alta para conseguir plena atenção de todos:

a- — Mas eu não disse que COLHEM o que PLANTAM? Não disse claramente que seus pensamentos, palavras e ações criam sua vida futura? Então o que querem SEMEAR para COLHER depois de terem dado a túnica e o manto ao estranho?

b- Querem que seus presentes voltem novamente para vocês – ou querem ficar sem a túnica e o manto durante muito, muito tempo?

c- Porque é isso o que acontecerá se continuarem seus caminhos irritados e chateados porque doaram suas roupas. Suas palavras e ações selarão, endurecerão como uma rocha, a pobreza que trouxeram para vocês por terem doado a túnica e o manto.

 v250. As pessoas já não riam nem sorriam mais, estavam muito caladas e escutando atentamente.

a- — Lembrem-se, primeiro façam aos outros o que gostariam que fizessem para vocês e então haverá paz e contentamento em sua mente e coração e o “Pai” poderá fazer o Seu AMOROSO TRABALHO em seu corpo, mente e coração. Doem e doem abundantemente e alegrem-se porque vocês têm presentes para doar aos necessitados e porque, enquanto estão doando, seus dons vão sendo restaurados da forma que mais necessitam.

v251. Doem com o coração contente, doem com confiança e com o conhecimento de que onde houver carência em suas vidas, assim fará o “Pai” o seu TRABALHO AMOROSO com abundância em vocês – e para vocês.

a- Nada façam com o coração pesado, porque um coração pesado é o que continuarão tendo. Doem tudo com o espírito alegre, a fim de que tudo em suas vidas traga para vocês somente alegria e iluminação espiritual.

 v252. Um homem comentou:

a- — Isso vai contra a natureza do homem. É natural preocupar-se com o futuro. A roupa é cara, a comida é difícil de encontrar. A vida é uma luta constante.

b- Respondi em voz alta porque ele estava apenas dizendo o que eu sabia que a maioria dos meus ouvintes estava pensando.

1) — Mas você não sabe com certeza se amanhã estará lutando para viver. Não sabe se amanhã terá um trabalho esplêndido ou qualquer outra coisa maravilhosa que possa vir para você. Não sabe isso – mas o que está tornando certo para você mesmo é que não haverá um trabalho maravilhoso ou qualquer outra excelente oportunidade em sua vida – porque você está criando as circunstâncias do seu amanhã.

c- Ele irritou-se:

1) — Eu estou? Como estou fazendo isso?

2) — Não acabei de explicar?

v253. Virei-me para o povo rindo:

a- — Digam-me, como foi que este homem de túnica vermelha, aqui na frente, criou seus amanhãs?

c- Houve silêncio na multidão, então um jovem rapaz, Marcos, gritou para mim:

d- — Eu sei. Ele disse que deveria lutar para comprar comida e roupa. Você tem nos dito que aquilo que pensamos e falamos, nós receberemos.

e- — Exatamente – eu disse. Você é um menino muito inteligente. Você compreendeu. Cuidem para não criar para vocês mesmos as coisas que não desejam. E eu ficarei contente que você seja meu discípulo quando for mais velho, se seus pais assim o permitirem.

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