O diabo e seus campanheiros, parte 01

PARTE 01

O DIABO E OS SEUS COMPANHEIROS
          DE ONDE VÊM?


O que é o Diabo, onde está o Diabo, e quem é o Diabo?


Uma música pop oferece um comentário sobre a condição humana – “A vida é dura. Então, você morre. Depois, jogam terra sobre si. Em seguida, os vermes comem-no . Esteja grato que acontece por essa ordem.” Não muito reconfortante, mas é a verdade. Muito antes Moisés registar a explicação para isso, e muito tempo antes de Jesus trazer uma via de escape, as pessoas começaram a desenvolver a sua própria filosofia acerca do Problema do Mal. Eles queriam acreditar que a humanidade é fundamentalmente boa – uma filosofia que completamente inundou o ponto de vista moderno da natureza humana. O próximo passo lógico era concluir que o homem não pode ser responsabilizado pelo mal que permeia continuamente e destrói a sua vida. Deve existir, concluíram eles, um ser espiritual poderoso, invisível e malévolo que se diverte ao provocar ao homem todos os seus problemas. Este ponto de vista tem sido abraçado desde tempos antigos pré-cristãos, e ainda é amplamente difundido, não obstante o bom resumo do contrário por Paulo, o apóstolo – “Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente
com dores de parto até agora” (Romanos 8:20-22).
Muito antes de Paulo, o Pregador, exclamou, “Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade. Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, que faz debaixo do sol? Uma geração vai, e outra geração vem; mas a terra para sempre permanece” (Eclesiastes 1:2-4). O pregador não terminou até que ofereceu alguns conselhos excelentes: “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau” (Eclesiastes 12:13-14).
Paulo expande consideravelmente a conclusão do Pregador – “Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis. Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus” (Romanos 8:13-14). Há uma alternativa clara para a aparente futilidade da vida humana. Não só isso, mas – “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (versículo 18). E então ele fala dos detalhes dessa glória "… também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo"(v. 23) que será tornado imortal aquando do retorno de Cristo (veja 1 Coríntios 15).


“O que o Diabo é, onde o Diabo está e que o Diabo é?”
É dito que isto foi o título bastante atrevido de uma palestra pública proferida há muito tempo por alguns Cristadelfianos, na Escócia. Claramente, o orador tinha-se proposto questionar o conceito usual do Diabo, que o vê como o supremo espírito do mal pessoal representado frequentemente na fé dos Judeus e Cristãos como o tentador da humanidade, o líder de todos os anjos apóstatas, e o governador do inferno.2 O conceito de um super espírito do mal é de facto muito mais amplo do que o âmbito Judaico e Cristão. Permeia praticamente todas as culturas, antigas e modernas. Muitos
nos dias de hoje e presente era veem esse super Espírito do Mal estritamente como um mito. Mas, muitos entre os religiosos consideram-no como uma pessoa real. É para estes, especialmente os Cristãos e Judeus, que oferecemos as seguintes observações. O apóstolo Paulo declarou que todos os que não se têm arrependido estão neste momento presos nos “laços do diabo” tendo sido “feitos cativos por ele para cumprirem a sua vontade” (2 Timóteo 2:25-26). Paulo viu “o diabo” como o adversário da humanidade – o inimigo que os retém como escravos em cativeiro. Se o bem instruído Saulo de Tarso tinha ouvido falar de que um estrategista militar Chinês tinha escrito na sexto século a. C., não sabemos – “... se você conhecer os seus inimigos e conhecer a si mesmo, lutará sem perigo nas batalhas. Se você só se conhece a si mesmo, mas não o seu inimigo, você pode perder ou ganhar. Se você não conhece nem a si mesmo nem o seu inimigo você se colocará sempre em perigo”. O provérbio moderno foi resumido a isto, “conheça o seu inimigo.” “O seu inimigo” – o Diabo – realmente existe, segundo a autoridade das palavras inspiradas de Paulo. Todos os leitores de Paulo, antigos e modernos, precisamos de dar ouvidos à sua advertência. E a melhor maneira para evitarem ser “feitos cativos” por este inimigo, é aprender o máximo possível sobre ele. Propõe-se, com este ensaio, identificar de forma clara esse grande inimigo, assim como ele é apresentado no Antigo e Novo Testamentos das Escrituras. A maioria dos que afirmam a sua crença na Bíblia como a palavra de Deus, dizem que o diabo das Escrituras é idêntico ao do conceito popular. Temos problemas com esse ponto de vista, e propomos investigar o conceito popular, perguntando:


Qual é a Origem do Conceito Judaico-Cristão 

                   Acerca do Diabo?


Primeiramente, um breve resumo da noção popular:
• Um anjo bom fomentou uma guerra de rebelião contra Deus no céu.
• Isso aconteceu porque este anjo se encheu de orgulho.
• Este anjo convenceu muitos outros anjos a juntarem-se à sua rebelião.
• O resultado da guerra foi que Satanás e seus seguidores, por um relato, foram expulsos do céu. Por outro conta que Satanás caiu do céu.
• O Diabo, chamado Satanás, agora tem um império de anjos caídos, chamados demónios, que trabalham para ele.
• Este ser espíritual imaterial é também chamado de “o grande dragão” e “a antiga serpente”.
• Ele é chamado de "antiga serpente", porque foi ele que tentou Eva e causou a queda de Adão.
• Todos os esforços do Diabo estão direcionados para afastar a humanidade de Deus.
• O objetivo de Satanás é enviar toda a humanidade para o seu próprio reino, que se diz ser o inferno, que se acredita ser um lugar de fogo de enxofre, e de tormento eterno para as almas perdidas.
• Satanás e os seus demónios é dito estarem continuamente trabalhando através de terceiros e outros meios para subverter a humanidade, especialmente os crentes. Foi observado em conexão com esculturas que representam o Diabo, comumente encontradas nas igrejas medievais, que estão muitas vezes na forma familiar, com chifres e rabo. A mesma forma pode ser encontrada na arte popular Chinesa e em esculturas Iraniananas. Mas a imagem vai ainda mais ainda no passado, aparece até mesmo nas ruínas da Assíria e da Babilónia. É a partir destas fontes antigas que as representações Judaico-Cristãs do diabo são vistas como tendo sido copiadas. A atenção volta-se para a estatueta de bronze, agora no Louvre, do século 7 a. C, de Pazazu, o Vento Sudoeste, considerado então como portador de febre e delírio. É de salientar a similaridade desta divindade antiga, com o do diabo como ele é representado em iluminuras em manuscritos e nas esculturas das igrejas da Europa.
O conceito popular de Satanás tem sido traçado pelos estudiosos, notando que Satanás desempenha um papel importante no folclore do Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. Por altura das últimas escrituras apócrifas Judaicas, Satanás tinha sido identificado com diversos temas mitológicos do folclore Judaico – trevas, submundo e o ar, tentação sexual e abuso, o bode e outras criaturas. Existe uma clara referência ao folclore Judaico no aviso de Jesus aos seus discípulos:
“E Jesus lhes disse: Vede e acautelai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus. Eles, porém, discorriam entre si, dizendo: É porque não trouxemos pão. Percebendo-o Jesus, disse: Por que discorreis entre vós, homens de pequena fé, sobre o não terdes pão? Não compreendeis ainda, nem vos lembrais dos cinco pães para cinco mil homens e de quantos cestos tomastes? Nem dos sete pães para os quatro mil e de quantos cestos tomastes? Como não compreendeis que não vos falei a respeito de pães? E sim: acautelai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus. Então, entenderam que não lhes dissera que se acautelassem do fermento de pães, mas da doutrina dos fariseus e dos
saduceus”(Mateus16:6-12).
Fermento, por causa da sua característica, é nas Escritura um símbolo de corrupção. O fermento não era aceite nas ofertas da Lei de Moisés – veja Levítico 2:11. Antes da Páscoa, Israel removeu todo o fermento de suas casas, de modo que o anjo da morte não encontrasse nenhum quando ele passasse por cima da casa onde o sangue estava aspergido na entrada (Êxodo 12:15-20). Paulo, o apóstolo retoma esse símbolo em 1 Coríntios 5:6 - 8 – “Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda? Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. Por isso, celebremos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade.”
O fermento dos fariseus e outros, referia-se à corrupção, em particular dos seus ensinamentos e comportamentos. Também o apóstolo Paulo se refere ao folclore Judaico na sua carta a Tito – (Tito 1:13-14) “...repreende-os severamente, para que sejam sadios na fé e não se ocupem com fábulas judaicas, nem com mandamentos de homens desviados da verdade.” Aqui ele está diretamente preocupado, assim como Jesus o estava, com a influência corruptiva do folclore Judaico, o que de facto teve o seu efeito na comunidade Cristã. Algum desse folclore aparece em Mateus 12:22-24. Depois que Jesus ter curado um homem que estava tanto cego como mudo, as pessoas comuns puderam ver que apenas o poder de Deus poderia fazer isso. Mas os Fariseus, a
quem Jesus recentemente humilhara, declararam a sua crença: “Este não expele demónios senão pelo poder de Belzebu, maioral dos demónios”.


De Onde Veio Belzebu?
Nós aprendemos do Antigo Testamento que o deus Bel era adorado na Mesopotâmia, berço da civilização. Foi também o berço da religião pagã. Em Canaã vários Baals foram adorados, como Baal-Berite (Juízes 8:33), Baal-Peor (Números 25:3) e Baal-Zebube, o deus do cidade filisteia de Ecrom (2 Reis 1:2-16). É mais do que um facto curioso que o rei Acazias do reino do norte de Israel, enviou a consultar Baalzebube a respeito da sua doença. O Deus de Israel não tinha nenhuma imagem que Acazias pudesse ver, mas até as imagens bezerro de Dã e Betel, não boas o suficiente para o rei. Muito depois dos bezerros de ouro desaparecem quando os assírios derrubaram Samaria, o deus feito pelos homens, Baalzebube ainda tinha influência sobre Israel, entre os Fariseus. Deus falou a Israel através de Jeremias (5:22) “Não temereis a mim? -diz o SENHOR; não tremereis diante de mim?” A palavra Hebraica é yare (Strong 3372), que significa “reverenciar” também “assustar”. Os fariseus que desafiaram Jesus devem ter conhecido o mandamento do Senhor, referido em Juízes 6:10,
"Eu sou o SENHOR, vosso Deus; não temais os deuses dos amorreus".
Embora os fariseus não adorassem Baalzebule, eles temiam-no. Mas Jesus não. Ele chamou a falsa atribuição deles de blasfêmia, atribuindo o poder de cura Deus a um ídolo pagão! Jesus conhecia muito bem o Salmo 72:18: “Bendito seja o SENHOR Deus, o Deus de Israel, que só ele opera prodígios” Jesus também elogiou o escriba que declarou: “ele[Deus] é o único, e não há outro senão ele” (Marcos 12:32). Embora nenhum Judeu, nem Muçulmano nem Cristão adorem Satanás, muitos acreditam nele e temem-no e o seu poder. Esse medo do Diabo varia com o tempo e local, mas a própria ocorrência da palavra diabolatria6 indica que o medo pode e tem rivalizado o do Deus Todo-Poderoso. Uma crença num poder quase ilimitado do Diabo floresceu entre os primeiros luteranos.


A Imagem de Satanás e a Mitologia Grega

Outro estudioso refere-se à impressionante similaridade entre a imagem habitual do Diabo e Pã, o mítico filho de Hermes. “A influência iconográfica Pã sobre o Diabo é enorme.” A tradição medieval frequentemente fala da pilosidade do Diabo, por vezes, de seus chifres, e ocasionalmente, dos seus cascos fendidos. Mais comumente, ele tem uma forma de similar a de um bode. Este animal, desde a antiguidade, esteva associado à paixão sexual, que era estranha ao racionalismo dos gregos, e ao ascetismo do Cristianismo corrompido. Os "demónios" (Levítico 17:7) eram sair, demónios com semelhança a bodes, aos quais Israel estava oferecendo sacrifícios. A forquilha do Diabo também vem da mitologia Grega – o tridente Posídon, o seu símbolo de senhorio. Charun era uma personificação Etrusca da morte. Seu nariz enorme em forma de gancho, barba desgrenhada e cabelos longos e orelhas bestiais pontiagudas, rangendo os dentes e lábios fazendo caretas são todas as características dos empréstimos contraídos pelas figuras medievais e modernas do Diabo. Passamos agora da concepção visual, às origens do diabo pessoal da teologia popular. O Diabo Pessoal de Teologia Popular Não só para os estudiosos, mas para qualquer observador imparcial dos factos, é indiscutível que o Cristianismo mudou acentuadamente daquilo que Jesus e os apóstolos ensinaram. Não foi sem boa razão de que ambos advertiram contra a forma de Judaísmo que existia no primeiro século. 

Muito claramente Jesus não falou contra a religião Judaica do Antigo Testamento, que se baseava na Lei de Moisés. Mas ele foi mais severo contra "a tradição dos anciãos", ver Mateus 15:2-6 e Marcos 7:3-13. Essa "tradição" ainda é realizada nos dias de hoje, como declarado na canção Tevya em “Um violino no telhado”. Mas esta propensão para a tradição humana não é uma característica particular aos Judeus. É uma característica do ser humano adaptar as doutrinas recebidas. O Cristianismo tem os seus “Pais da Igreja”, cuja influência foi grande em mudar tanto a doutrina como a prática. O que os Judeus fizeram com religião do Antigo Testamento antes do nascimento de Cristo, os Gentios repetiram depois com as Escrituras apostólicas. Essa é uma prática universal entre os homens adaptar costumes e religião a seu próprio gosto, pode ser visto em outras religiões Gentias. Um dos ensinamentos de Buda fundamento era que não deviam ser feitas de imagens. No entanto, agora a sua religião está associada principalmente com a sua imagem!

No Islão, o facto de que uma facção não tem compunção contra o assassinato de membros de outra, é suficiente para mostrar que a religião que Maomé é suficiente para mostrar que a religião de Maomé foi mudada ao longo dos tempos. Nós, portanto, não devíamos ficar surpreendidos ao ver o Cristianismo muito alterado em relação ao modelo apostólico. Jesus foi altamente crítico da "tradição dos anciãos" do Judaísmo, por exemplo, o lei de Corbã – veja Marcos 7:9-13. Os homens adicionaram as suas próprias ideias e as regras à Lei de Deus, que tinha sido entregue por intermédio de Moisés. Isto fazia parte da “doutrina dos fariseus e dos saduceus " (Mateus 16:12). J. B. Russell comenta, “Os conceitos Hebraicos Geena e sheol eram combinados para produzir um lugar subterrâneo de tormento, que na literatura apocalíptica tornou-se na morada do Diabo e os demónios seus assistentes. Todos os elementos combinados para criar a tradição Cristã do inferno, que no Novo Testamento, estava ainda muito longe de estar claramente definida” (p.255). Observamos anteriormente a influência na mudança do Cristianismo apostólico referido por Paulo, o apóstolo, dizendo a todos os crentes para não dar ouvidos a “fábulas judaicas, nem... [a] mandamentos de homens desviados da verdade.” – Tito 1:14. O que eram estas “fábulas”, e de onde vinham?


Escrituras Não-Canónicas
Referência é agora feita8 a essa classe de textos não-canónicos chamados literatura apocalíptica. É chamada de apocalíptica, porque professa um conhecimento secreto de eventos do futuro. Observase que a literatura apocalíptica dos Judeus é de considerável importância tanto para o Judaísmo como para o Cristianismo. Além disto, essa literatura ilumina uma série de desenvolvimentos importantes das crenças religiosas que tiveram lugar durante o tempo entre o Antigo e o Novo Testamentos. Não há nenhuma lista acordada de Livros apocalípticos Judaicos, mas a seguinte lista mostra aqueles que são geralmente aceites como pertencentes a esta classe de literatura, com suas datas aproximadas. Alguns têm colocado o livro de Daniel nesta lista. Mas Jesus Cristo o incluiu no cânon das Escrituras (Mateus 24:15) e Daniel não menciona qualquer um dos elementos criados pelo homem que aparecem na apocalíptica Judaica.
• O Apocalipse de Abraão, 70-100 d.C.
• A Assunção de Moisés, 4 a.C. - 30 d.C.
• 2 Baruque-100-130 d.C.
• 1 Enoch, 164-80 a.C.
• 2 Enoch 1.º século d.C.
• 2 Esdras 90 d.C.
• Livro dos Jubileus-150 a.C.
• A vida de Adão e Eva (O ApocalipseMoisés) -69 d.C.
• O Martírio de Isaías, 1-50 d.C.
• Os Salmos de Salomão, 50 a.C
• Oráculos Sibilinos Livro 3, 150 a.C.
• Oráculos Sibilinos Livro 4, 80 d.C.
• Oráculos Sibilinos Livro 5, após 100 d.C.
• O Testamento de Abraão, 1.º Século d.C.
• O Testamento dos Doze Patriarcas, 150- 100 a.C.
As ideias contidas nesta literatura estaria mais generalizada do que os próprios livros, e teria um forte apelo para o povo Judeu como um todo. Os livros apocalípticos caíram fora do favor entre os judeus, especialmente após de Tito e Vespasiano destruirem o Estado Judaico, em 70 d.C. Mas por essa altura já tinham sido traduzidos para Grego pelos Judeus da diáspora. Este facto encaixa-se bem com a advertência de Paulo a Tito (1:14) referida anteriormente. Apesar do aviso de Paulo, os cristãos, por sua vez tomaram esta literatura e a popularizaram ainda mais através da sua adopção para seu próprio uso. A apocalíptica Judaica fazia parte da tradição judaica aceite durante o tempo entre o Antigo e Novo Testamentos.

A prevalência de ideias a partir dessa fonte pode ser vista nos escritos de Qumran, com palavras e frases em comum, incluindo a crença em espíritos bons e maus. Isso também era verdade sobre o Judaísmo Farisaico ortodoxo. A influência do pensamento apocalíptico e mesmo da fraseologia pode ser encontrada nos escritos de rabinos e mais tarde na liturgia da sinagoga.Depois de 70 d.C., tornou-se impopular no Judaísmo rabínico oficial , não só por causa da destruição do Templo, mas devido ao seu crescente uso entre os Cristãos. Parece provável que os Cristãos que tinham sido Judeus ou prosélitos da diáspora, teriam familiaridade com a literatura apocalíptica. Mas por alguma razão, essa literatura se tornou ainda mais difundida entre os Cristãos. O corpo inteiro dessa literatura poderia ter desaparecido, se
não fosse pelo seu a entusiástica aceitação na igreja pós-apostólica Cristã. Uma observação por JB Russell indica que existia uma outra influência, que reforçou a da apócrifa Judaica. “Foi Platão... que, com seu grande impacto sobre o pensamento Cristão, foi o mais influente no desenvolvimento do conceito do Diabo” (página 145). Ainda não mergulhamos nas particularidades referente à sua Majestade Fumacenta, mas há outra questão – de onde os autores da apocalíptica Judaica receberam as suas ideias não-Bíblicas?

NOTAS FINAIS
1. David Gerrold, um autor da Califórnia.
2. Mirriam-Webster Collegiate Dictionary
3. O último versículo do capítulo 13 de “A arte da Guerra” de Sun Tzu.
4. Lancelot C. Sheppard (artigo sobre o diabo na
Encyclopaedia Britannica), foi editor da série “Fé e Factos” na Enciclopédia do século XX
do Catolicismo.
5. Mircea Eliade foi editor-chefe da Enciclopédia da Religião de 16 volumes (1987). Ele era um historiador das religiões e homem de letras, que se distinguiu por suas pesquisas na linguagem simbólica utilizada por diversas tradições religiosas e pela sua tentativa de reduzir o seu significado a mitos primordiais subjacentes que fornecem a base para fenómenos místicos.
6. Encyclopaedia Britannica edição 1967, "Faust", p. 120c.
7. Jeffrey Burton Russell, autor de “O Diabo - Percepções do Mal desde a Antiguidade até ao Cristianismo Primitivo” (publicado 1977), professor de história na Universidade da Califórnia. Sua especialidade é a história da teologia. Ele é mais conhecido pela sua história em cinco volumes sobre o conceito de Diabo. 8. David Syme Russell, um estudioso da literatura apocalíptica Judaica, N. Baptist College.


Por Arthur Bull VANCOUVER, BC

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